Um tanto quanto atrapalhado, mas leal, acima de tudo. Seu
Jujuba é aquele assessor que faz de tudo. Tem uma índole honesta e vive
questionando a ética na política, para irritação do seu patrão, o prefeito
Olegário (Matheus Nachtergaele). Sua aspiração de vida é se tornar amigo íntimo
de Olegário e, em busca da aprovação dele, consegue transformar qualquer
incumbência em uma possível catástrofe. O ator Gustavo Falcão se recorda com
carinho do personagem, comemora a reexibição da série e afirma que 'Cine Holliúdy'
mostra um Brasil plural, rico, colorido e diverso. Confira a entrevista com o
ator a seguir:
Que boas lembranças
você guarda da fase de gravações de 'Cine Holliúdy'?
Gustavo Falcão -
'Cine Holliúdy' foi uma jornada repleta de alegrias. Inúmeros momentos foram
marcantes; posso citar o encontro com algumas das participações ‘mais que
especiais’, como com Ney Latorraca e seu conde Vlad, ‘herói' de minha infância.
Foi muito especial o processo de preparação que tivemos, quando o elenco
principal ser reuniu e no qual começamos, juntos, a construir a paleta de cores
com as quais pintaríamos nossos personagens e as cenas. Fico muito feliz que,
em um momento difícil como este para o mundo e, em especial, para o Brasil, a
série seja reexibida. Além de estarmos lidando com a Covid-19, estamos vivendo
uma fase política que deixa nosso olhar sobre a realidade ainda mais
desgastado. A série pode ser uma lufada de humor e de amor, também porque
mostra um Brasil plural, rico, colorido, diverso.
Conte um pouco sobre
seu personagem, por favor.
GF - O Seu Jujuba
é um 'clown', uma espécie de palhaço “escada” na dupla que ele acaba por formar
com o Olegário (Matheus Nachtergaele). É o "assessor imperfeito”, um
personagem de torpeza ingénua, extremamente leal e subserviente ao poder -
manifestado na figura do prefeito. É gracioso, ardiloso, desastrado. Um
personagem delicioso de ser interpretado.
Como você avalia a
importância da arte nesta fase de quarentena?
GF - A arte tira
o véu do que a gente chama de realidade, e mostra outra realidade (ou outras
realidades) por debaixo, mais profunda que o real. A gente está vivendo algo
impensável. Então, de alguma forma, a arte nos ajuda a organizar nossos
sentimentos e nosso olhar para o mundo, porque ela atua diretamente na subjetividade
e no nosso inconsciente, que é o que fica mais abalado em momentos assim, de
desestrutura. A arte, portanto, é importante desde sempre, pelas mesmas razões.
O que acontece é que, neste tempo de quarentena, essa importância fica mais
evidenciada.
Como está sendo a sua
quarentena, o que você tem feito? Acha que esse momento pelo qual estamos todos
passando mudou seu olhar sobre a vida?
GF - São diversas
descobertas ou reflexões que a pandemia e a quarentena trazem. Estou entendendo
que é possível e é preciso viver diferente. Que precisamos todos cuidar de
todos, como sociedade, como humanidade. Que podemos e devemos fazer escolhas
melhores, que nossas escolhas, das menores às maiores, tem uma repercussão
poderosa em nossa vida e em nosso entorno. Que podemos amar mais, e melhor. Que
algumas pautas precisam ser urgentes. E a principal delas é garantir que
qualquer grupo - ou até mesmo que qualquer pessoa que tenha sua existência
ameaçada - tenha seus direitos à vida, à igualdade, ao amor e ao sonho. Isso tem
que se tornar a prioridade de cada um e de todos.
Sexto episódio de
'Cine Holliúdy'
Enquanto o povo de Pitombas se emociona na praça com as
histórias da novela, Francisgleydisson (Edmilson Filho) lamenta ver o 'Cine
Holliúdy' vazio. Dessa vez, nem Marylin (Letícia Colin) aparece para prestigiar
a sessão, o que deixa o cinemista magoado. No entanto, a chegada inesperada de
Miguel (Miguel Falabella, em participação especial), pai da mocinha, comove
Francis, que decide ajudá-lo a retomar os laços com sua filha.
Com a história de que está doente e deseja se despedir de
Marylin, de quem se distanciou no passado, Miguel é acolhido por Francis no
Cine Holliúdy. O que o cinemista não sabe é que está se metendo em confusão:
Maria do Socorro (Heloísa Perissé), ex-mulher de Miguel, não quer vê-lo nem
pintado de ouro. Mas Francis convence Marylin a se encontrar com o pai.
Sensibilizada, a mocinha decide abrigar o pai na casa de Olegário para cuidar
pessoalmente de sua saúde.
No Centro de Pitombas, a chegada do misterioso Tony (Charles
Paraventi, em participação especial), deixa Francis, Munízio (Haroldo
Guimarães), Seu Lindoso (Carri Costa) e Dona Belinha (Solange Teixeira)
intrigados. A novidade faz Miguel ficar em alerta, já que ele vai ter que
acertar suas contas com o passado.
As sequências fazem parte do sexto episódio de ‘Cine
Holliúdy’, que vai ao ar na próxima terça-feira, dia 11, após ‘Fina Estampa’. A
série de Marcio Wilson e Claudio Paiva tem direção artística de Patricia
Pedrosa e direção de Halder Gomes e Renata Porto D’Ave. A série está disponível
na íntegra para os assinantes do Globoplay.